quinta-feira, 29 de maio de 2014

Corredores de ônibus-pesquisa

            Continuando com as pesquisas técnicas, resolvemos questionar os alunos da UFABC sobre a questão dos corredores de ônibus e tudo aquilo que os envolvem.
A pesquisa contou com a participação de aproximadamente 70 alunos e contou com divulgação principalmente nos grupos da universidade no Facebook .
Vale ressaltar que a pesquisa ainda está no ar, para todos aqueles que desejarem participar no seguinte link:


Os resultados serão apresentados a seguir:





     A partir dos gráficos é possível notar que a maioria dos usuários do transporte público vê a implantação das faixas de ônibus como algo positivo e observam uma maior demanda por faixas na zona leste de São Paulo, outro ponto interessante que podemos observar é que as respostas quanto ao transito da cidade foram variadas, ou seja, existem pontos na cidade onde as faixas não fizeram diferença alguma ou até mesmo pioraram o transito, já em outros pontos foi notado uma melhora mesmo que pequena. Por ultimo foi abordado a questão do taxis, tendo em vista que os taxis estão realizando um serviço publico, a maioria dos usuários de transporte publico respondeu que concordava com sua proibição porem a diferença entre as opiniões foi pequena, logo podemos perceber o porque deste tema ter causado tanto polêmica.



      





A disciplina de Informação e Sociedade da UFABC sugeriu que os alunos se organizassem pra criar um blog afim de tratar problemas sociais relacionados com a transmissão de informação entre um conjunto de pessoas. Desse trabalho surgiram ótimos frutos, que serão listados a seguir. Vale a pena reservar um tempo para visitá-los.

THE WOLF OF SOCIAL MEDIA




DISSEMINANDO BOATOS




JOGANDO POR UM MUNDO MELHOR




ACESSIBILIDADES TECNOLÓGICAS PARA DEFICIENTES FÍSICOS



O COMPORTAMENTO SOCIAL EM RELAÇÃO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER









terça-feira, 27 de maio de 2014

Comparativo de mortes



Causas de morte pelo Brasil e no mundo

    Dados do Ministério da Saúde, coletados pelo Sistema de Informação Sobre Mortalidade, mostram as causas de morte no Brasil, de acordo com a tabela abaixo;



    Já pelo mundo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou dados de 2011, mostrando as principais causas de morte pelo mundo, conforme a tabela:



Mortes no trânsito:

    Segundo pesquisa feita pelo Instituto Avante Brasil, o Brasil é o 4º com maior número de vítimas fatais no trânsito, como mostra a tabela a seguir em comparativo com outras nações:


Fontes:
Instituto Avante Brasil: http://institutoavantebrasil.com.br/
OMS: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs310/en/
Ministério da Saúde: http://portalsaude.saude.gov.br/
Sistema de Informação sobre Imortalidade: http://svs.aids.gov.br/cgiae/sim/

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Greve? Oportunidade de prática da Cognição Social.

   Esse canal de comunicação não poderia passar isento por um fato que ocorreu essa semana, a greve dos motoristas e cobradores de SP. A expressão “caiu como uma luva” poderia ser utilizada por nós, se não fosse tão trágica para a maioria da população. A interrupção, de modo voluntário, determinada pelo trabalhador, para reivindicar direitos, protestar contra ameaças ou situações desvantajosas em que são infligidos os direitos trabalhistas estão previstos nas leis trabalhistas e na constituição vigente.

Mas justo hoje?
     Mas ninguém espera que isso vá acontecer as 6 da manhã, justo naquele primeiro dia de trabalho ou no dia da sua consulta médica marcada há 3 meses, não é mesmo? Bem, é aí que entra um conceito estudado na disciplina de Informação e Sociedade. Estamos acostumados com a nossa rotina monótona, corriqueira: acordar, arrumar-se, e tomar o ônibus no mesmo local naquele horário pré-determinado todos os dias, mas e quando o ônibus não passa no bendito horário e os ponteiros do relógio parecem passar mais depressa? Ah! A nossa cognição pira! Tirar o cérebro da zona de conforto e ter que exercitá-lo para assimilar novas alternativas, é um desafio e tanto.
     Em síntese o fator 'cognição social' age no modo como nos posicionamos no nosso mundo social enquanto protagonistas e coadjuvantes, bem como da forma como interpretamos o nosso comportamento e o dos outros, do modo como agimos na sociedade, formando e mudando atitudes e comportamentos.

Os passos
      A primeira parte da cognição social que atua no cidadão é a 'IMPRESSÃO', nessa fase contatamos uma ideia, impressão, imagem do acontecido: “O ônibus está atrasado, esses motoristas são uns irresponsáveis com o horário, será que ele passará a tempo?”. Posteriormente, a “CATEGORIZAÇÃO”. Nessa etapa começamos a organizar os pensamentos e concretizar os fatos para definirmos nossas ações: “Bem, as coisas estavam instáveis. Talvez o ônibus não passe. Quais são minhas alternativas para chegar no trabalho se não for de ônibus?”, e existem três fatores que nos auxiliam nessa etapa sendo elas a motivação, a atenção e as informações que possuímos. E por último a ATITUDE: “Bem, o ônibus não vai passar, preciso fazer algo, vou chamar um táxi ou ligar avisando que não vou”.
     Ou seja, a primeira impressão, aquela que temos “automaticamente” em que nosso cérebro preenche as lacunas sem esforço nem sempre são as corretas. Deve-se as vezes parar e analisar os fatos para enquadrá-los na realidade em que estão. Mas algo nesses fatos não se deve passar despercebido, o tráfego de informação. O primeiro cidadão que logo cedo percebeu que não tinha a condução habitual com um simples “publicar” do celular, transfere sua angustia para seus seguidores. Esses, por sua vez, atentam-se e já compartilham a informação e o famoso efeito cascata acontece e o efeito '‘mundo pequeno’' mostra a sua cara com toda a sua intensidade. O fluxo de informações nas mídias atuais é constante e quase que imediata, na maioria das vezes os telejornais soam repetitivos, aliás, a informação noticiada já fora divulgada e compartilhada horas antes por todos os seus telespectadores. É amigo, o mundo é pequeno e a sociedade um caos.

A questão da poluição ambiental


      Muito questionada nos dias de hoje, o problema da poluição ambiental é muitas vezes atribuído a grande quantidade de veículos rodando diariamente em todo o planeta. Associado a isso, é praticamente um consenso que a poluição emitida por veículos automotores é a grande responsável por gerar problemas respiratórios e circulatórios que podem levar até mesmo a morte. Esse pensamento, que pode ser considerado uma espécie de inteligência social, uma vez que é aceito por toda a sociedade como sendo verdadeiro, pode não ser tão real quanto parece.

O questionamento

     Em 2012 os autores Mateus Habberman e Nelson Gouveia publicaram uma pesquisa onde relacionam a mortalidade de homens adultos por doenças do aparelho circulatório com a poluição gerada devido ao tráfego veicular.
 Essa pesquisa, cujo artigo pode ser encontrado no seguinte link: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v46n1/3358.pdf, trouxe resultados impressionantes e contrários ao pensamento dominante na sociedade.
    Na realidade, a pesquisa demonstrou que a relação entre a mortalidade por doenças no aparelho circulatório estaria pouquíssimo relacionada com a densidade de volume de tráfego, ou seja, esse tipo de mortalidade estaria pouco relacionada com a poluição ambiental, ao contrário do que a sociedade enfatiza.
    A partir desse resultado gostaria de questioná-los, será mesmo que todas as informações que se espalham rapidamente e facilmente com um pequeno número de intermediários entre todos, assim como previa Stanley Milgran, são realmente verdadeiras? Ou tratam-se apenas de afirmações que por serem aceitas pela maioria acabam se tornando parte integrante da sociadade?

Referencias:
Marcilio l, Gouveia N. Quantifying the impact of air
pollution on the urban population of Brazil.Cad Saude
Pulica.2007;23(Suppl4):S529-36

MILGRAM, S. The small word problem. Psychology. Today 2, 60-67

WATTS, Duncan J. Small Worlds: the dynamics of networks between order and randonmness. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1999.



Agregando valores- A evolução dos transportes

     
        Nas últimas décadas, houve um grande aumento na quantidade de veículos no mundo. Em 1950, havia cerca de 70 milhões de veículos. Até o ano de 1994, foi constatada que, a quantidade de veículos passou para 630 milhões, nove vezes a quantidade estimada em 1950. Desde 1970 a quantidade de veículos tem aumentando em 16 milhões ao ano. Nesse ritmo, estima-se que até o ano de 2025 haverá mais de um bilhão de veículos.
      A infra-estrutura das vias urbanas não pode acompanhar o ritmo de aumento de veículos, o resultado é o aumento do tráfego de veículos nas vias, dificultando o seu fluxo e afetando diretamente os transportes públicos. Segundo alguns autores o maior causador de atrasos dos transportes públicos é o congestionamento, seguido de acidentes automotivos, roubos, alagamentos e outros tipos de incidentes. Devido a esses atrasos e à falta de informações relacionadas a eles, muitas pessoas deixam de utilizar o transporte público como meio de locomoção, procurando outros meios, sendo o mais provável o transporte particular. Aumenta-se, então, o número de veículos circulando em vias urbanas, dificultando o fluxo, principalmente nos centros das grandes cidades e em horários com maiores fluxos, a chamada “Hora do Rush”.

Transito X Inteligencia Coletiva e Cognição Social
   A inteligência coletiva juntamente com os novos meios de circulação midiática vêm inovando e transformando esses problemas em desafios, utilizando-se o que se chama de ITS (Intelligent Transportation Systems – em  português, Sistemas de Transporte Inteligente), criando novos aplicativos que informem ao público em geral a situação do trânsito urbano e dos transportes públicos vigentes. Um exemplo dessa cognição aplicada ao cotidiano do cidadão é o caso do Waze e do ‘One Bus Away’, esse último informa aos seus usuários os horários de  chegada, em tempo real, de cada veículo do transporte público em seus respectivos pontos em Washington, nos Estados Unidos, informando-os se há atraso ou não, além de fornecer os horários estimados de chegada de cada veículo. Há também informações estáticas como tabelas de horários de determinadas linhas.

Referencias:

VERA, Luís Alberto Noriega ; WAISMAN, J. . Estudo do Comportamento dos Usuários de Automóveis sob a Ótica de Diferentes Enfoques: In: XIII Congresso Panamericano de Engenharia de Tráfego e Transportes, 2004, Albany, New York. XIII Congresso Panamericano de Engenharia de Tráfego e Transportes. Albany, New York, 2004

VERA, Luís Alberto Noriega ; WAISMAN, J. . Relevant aspects of automobile users behaviour: a study under the sustainable consumption process concept in the transport sector. In: 4th. International Conference on Urban Regeneration and Sustainability, 2006, Tallin. 4th. International Conference on Urban Regeneration and Sustainability. Tallin, 2006. p. 579-588.


VESPUCCI, K. M. ; WAISMAN, J. . Clube de Transportes: A Sociedade se Organiza. In: XIII Congresso de Ensino e Pesquisa em Transportes, 2000, Gramado, 2000.

Multas na cidade de São Paulo em 2012

Em 2012, a quantidade de multas na cidade de São Paulo alcançou a marca de 9,9 milhões, o correspondente a R$ 799 milhões durante o ano ou R$ 1,5 mil por minuto. Em relação a anos anteriores, houve um aumento considerável, sendo 4,6 milhões em 2008, 5,2 milhões em 2011 e em 2013 chegou a 10,1 milhões (correspondente a R$ 828,3 milhões). Segundo a própria CET, fornecedora dos dados, esse aumento se deve à melhora nos equipamentos de fiscalização e o ampliação da mesma. Logo, podemos concluir que essa tendência tende a permanecer, elevando mais ainda esses valores.
Segue abaixo uma tabela e seu respectivo gráfico com a divisão aproximada das multas durante o ano de 2012:




Fonte:
CET: http://www.cetsp.com.br/

domingo, 4 de maio de 2014

Os corredores de ônibus


Pesquisa divulgada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em 2013 indica que a velocidade média dos ônibus subiu 46% nas faixas exclusivas implantadas neste ano em São Paulo. Dos 160 km implantados, entre 22 de fevereiro e 9 de setembro, a velocidade média passou de 14,3 km/h para 20,8 km/h. No período da manhã, a melhora foi de 44% no sentido centro e 33% no sentido bairro. Já à tarde, a melhora foi de 66% e 40%, respectivamente. As velocidades foram medidas uma semana antes da implantação das faixas e depois de ativadas. No entanto percebemos que as faixas de ônibus podem se tornar um novo problema dentro de todos que englobam a mobilidade urbana de São Paulo, é possível notar que a iniciativa da criação das faixas foi positiva, porém a forma que estão sendo utilizadas não é eficiente, tendo em vista que muitos acreditam ter sido disponibilizado um espaço enorme para os ônibus apesar de não ter sido notado nenhum fluxo maior de ônibus, ou seja, a capacidade da frota nestas regiões não foi aumentada segundo os críticos dessa política. Outra questão é o fato de os motoristas individuais não terem migrado para o transporte público, o que pode ser visto como um retrocesso em relação aos avanços tidos nos últimos anos, isso só fez com que o transito piorasse significativamente nos últimos meses.


A questão da cognição social 
       
         Essa questão dos corredores de ônibus é de grande importância atualmente, visto que as grandes cidades sofrem com um transito caótico e o tempo médio de viagem está aumentando cada vez mais. Pode-se perceber uma clara necessidade de compreender o conceito de cognição social para entender o fenômeno de rejeição às faixas exclusivas de ônibus, uma vez que teoricamente, quanto melhor for o transporte público, menor seria a necessidade do uso do transporte individual, melhorando, entre outros, a questão ambiental e a questão do transito.
         No entanto, devido a pensamentos já enraizados na sociedade, os quais raramente alguém questiona, a maioria da população considera que andar de transporte particular traz alguma espécie de status  e portanto, dificilmente deixaria de lado seu automóvel para usar os ônibus, mesmo que estes oferecessem um bom serviço
         Qual a sua opinião? O que você sugere que deve ser feito em relação as faixas de ônibus?



Fontes:
http://www.cetsp.com.br/


http://www.capital.sp.gov.br/portal/

As Multas e o Rodízio

Pesquisa técnica – Multas e Rodízio



Conforme apresentado nos post anteriores, existe certa controvérsia em relação ao funcionamento efetivo de alguns dos métodos de regulação do transito, nos quais nos focamos em apresentar as questões referentes às multas e ao rodízio municipal de veículos, sendo assim, resolvemos pesquisar sobre a opinião do público em geral sobre essas questões. 
Para participar de nossa pesquisa basta responder o questionário disponível no seguinte endereço: https://docs.google.com/forms/d/1lhBE6Wm39EIXYNQEJnNjpANQBXE8dM2ddt5Jo3-lo-g/viewform


Formato da pesquisa:


Foram feitas perguntas básicas, principalmente para alunos da UFABC  pela página do grupo da faculdade no Facebook. As questões eram de múltipla escolha, para que fosse possível analisar de forma numericamente simples. Inicialmente foi questionado aos entrevistados se eles eram favoráveis à forma como eram cobradas multas atualmente, e obtivemos o resultado de que 82% daqueles que responderam a pesquisa são contra a cobrança de multas:



      Por mais que os participantes da pesquisa possam fazer parte de uma região limitado, ou seja, de suas casas até os campi, fica claro que a amostra da nossa pesquisa é contra o modo como a cobrança de multas é feita atualmente, comprovando e tornando ainda mais evidente os dados obtidos em nossa pesquisa sobre as multas. Para aqueles que responderam não serem a favor da cobrança de multas, era permitido selecionar entre algumas opções para justificar sua opinião, onde obtivemos a seguinte proporção:


Em relação ao rodízio, fizemos a mesma pergunta inicial para saber a opinião dos entre os entrevistados, obtivemos respostas mais divididas, no entanto, mesmo assim, a maioria dos entrevistados (62%) é contra o modo como o rodízio funciona atualmente, conforme representado no seguinte gráfico:
        De modo análogo ao caso das multas, foi questionado a aqueles que responderam que não são a favor do rodízio municipal para justificarem sua opinião e assim obtivemos a seguinte resposta:


E continua a busca sobre a opinião em relação a esses temas, esperamos que todos contribuam com nossa pesquisa e fiquem de olho nas próximas atualizações!

O rodízio



O Rodízio
O rodízio municipal de veículos de São Paulo organizado pela CET (companhia de engenharia de tráfego) é uma restrição a circulação de veículos automotores na cidade de São Paulo. O projeto foi implantado em 1997 com o propósito de melhorar as condições ambientais reduzindo a emissão de poluentes na atmosfera, no entanto, rapidamente adquiriu grande importância na questão da movimentação das pessoas dentro da cidade, passando a ser divulgado como um importante método para reduzir o congestionamento nas principais vias da cidade nos horários de maior movimento. O funcionamento básico do rodízio pode ser encontrado em detalhes na seguinte página: http://www.cetsp.com.br/consultas/rodizio-municipal/como-funciona.aspx.



A questão das multas.
No entanto, em paralelo a lei municipal 12.490 de 3 de outubro de 1997 que implantou o rodízio, temos a evidente contribuição do dinheiro obtido pelas multas para o orçamento do município, situação que fica ainda mais evidente quando observa-se que a cidade de São Paulo tinha no inicio de 2014, segundo dados do Detran, uma frota estimada de 7,6 milhões de veículos e que a previsão de arrecadação de multas feita pela prefeitura da cidade para esse mesmo ano é de nada menos que 1,190 bilhão de reais. Ou seja, em média, cada veículo registrado na cidade de São Paulo, pagará 157 reais de multa durante 2014, evidenciando que as multas são parte importante da arrecadação do município e levantando a seguinte questão: será que realmente o rodízio municipal de veículos atinge seus objetivos ou seria essa apenas mais uma atitude do poder público de usar a multa de trânsito como meio de arrecadação, em vez de um instrumento de segurança no trânsito, de educação e de desestímulo ao cometimento de infrações?


Controvérsias.
Atualmente existem diversas controvérsias em relação ao real motivo do rodízio, sendo que uma das críticas mais fortes recai sobre o fato do crescimento da frota de veículos na cidade de São Paulo ser contínuo, mostrando que todos aqueles que possuem condições financeiras acabam comprando um segundo veículo para poder circular durante toda a semana pela cidade, desse modo, os congestionamentos somente aumentam a cada dia que se passa. Assim, os supostos objetivos do rodízio, de diminuir a quantidade de veículos circulando e diminuir a poluição atmosférica não estão sendo cumpridos.


A pesquisa
Para evidenciar que realmente o rodízio municipal de veículos que vigora em São Paulo não elimina os problemas que levaram a sua criação, realizaremos uma análise da pesquisa Origem Destino de 1997 para compará-la com a pesquisa OD 2007 e 2012 sempre complementando os dados com valores auxiliares, assim será possível, com algumas suposições, avaliar o quão eficiente é a lei que regulamenta o rodízio.


Número de viagens diárias

Inicialmente, verifica-se um evidente aumento no número de viagens diárias na região metropolitana de São Paulo, Os números passaram de 31.432.000 viagens em 1997 para 43.715.000 em 2012, representando um aumento de 39,08%, que pode ser observado no seguinte gráfico:

 Além disso, é possível verificar, que o número de viagens motorizadas aumentou significativamente entre 1997 e 2012:
Para termos noção do aumento das viagens motorizadas, somente nesse período, houve um aumento de cerca de 45%. Em 2012 existiam cerca de 184 veículos por habitante na região metropolitana de São Paulo.
Com esses dados fica claro que o rodízio municipal é ineficiente em diminuir o número de veículos circulando na cidade, principalmente quando tratamos de veículos particulares, consequentemente o rodízio municipal também é relativamente ineficiente e em diminuir a poluição ambiental.


Os congestionamentos.
Também percebe-se que, segundo a CET, não houve diminuição dos congestionamentos no período de 2000 a 2012


Pico de transito da manhã por ano                             Pico de transito da tarde por ano   



Conclusão
A partir desses dados é possível afirmar que o rodízio é ineficiente em alcançar os objetivos aos quais inicialmente se propôs, no entanto é difícil analisar a real eficiência dessa política de controle do transito uma vez que não há parâmetros para comparação, surge então a seguinte questão, e se não houvesse o rodízio, como seria o transito na cidade? Analisaremos essa questão com uma pesquisa a ser apresentada no próximo post.

Fontes:
Pesquisa OD 2007- http://pesquisas.epl.gov.br/
Pesquisa OD 1997- http://www.cetsp.com.br/
Pesquisa OD 2012- http://www.cetsp.com.br/

O destino das multas



Após pesquisar o quanto que as multas (não) agradam os motoristas. Ao ver números em diversas cidades e estados, fica claro que o povo não aprova.

          Fazendo uma média entre os dados colhidos nessa pesquisa, apenas pequena parte da população está satisfeita com o atual sistema de cobrança de multas. Enquanto que o restante, encontra-se insatisfeito, alegando que a cobrança está cima do normal, que levam multa sem necessidade e que no fim, essa cobrança só serve para que os órgãos e os estados responsáveis ganhem mais e mais dinheiro.

E não é para tanto que pensem assim.

Para onde vai esse dinheiro coletado com as multas?
                De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo [1], dos mais de R$ 600 milhões  arrecadados com multas de trânsito no estado de São Paulo, apenas 0,05% são de fato, direcionados ao que se refere a trânsito, em sinalização e ações preventivas e educativas.
                Já a outra parte, os 99,95%, bem, acho que você já deve imaginar. Gastos com reformas do prédio do DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito), gastos administrativos e por aí vai, simplesmente investindo no desnecessário.

                Abaixo, dois gráficos que ilustram a separação do arrecadado com multas e o investimento do dinheiro destinado ao trânsito. Se você achar algo estranho na coluna de investimentos do primeiro gráfico não se preocupe que é isso mesmo, um valor tão pequeno que quase não pode ser notado em um simples gráfico.



            
            Tudo bem que esses dados são de um estado apenas, mas conhecendo bem como as coisas funcionam, você pode claramente aplicar esse cenário a muitos, senão todos, estados do país.
                Então se apenas isso é destinado ao que interessa, por que colocam tantos radares, inclusive em locais de precária sinalização, e cobram tantas multas assim? E por que não ajuda a resolver os ainda elevados números de acidentes ou imprudências?
               
   Esse texto foi feito apenas para mostrar a vocês que pode ocorrer que mesmo você não cometendo infrações, está sujeitíssimo a levar uma multa, afinal, eles precisam de dinheiro pra renovar a pintura da sala deles.

Fontes:
[1] http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/58762-multas-fora-da-lei.shtml
http://detran.sp.gov.br/
http://www.cetsp.com.br/

Tipos de multas e seus valores




Tipo
Exemplos
Punição
Gravíssima*
Dirigir com carteira vencida há mais de 30 dias
Cerca de R$ 191,54 + 7 pontos
Avançar sinal vermelho
Dirigir embriagado
Crianças com menos de 10 anos no banco da frente
Dirigir sem CNH ou Permissão
Em moto, dirigir ou transportar passageiros sem capacete ou vestidos inadequadamente. Transportar criança menor de 7 anos, fazer movimentos desnecessários ou trafegar com faróis apagados
Conduzir veículo com placas ilegíveis, sem identificação ou licenciamento
Grave
Não usar cinto de segurança;
Cerca de R$ 127,69 + 5 pontos
Não sinalizar mudança de direção ou faixa
Deixar de manter distância de segurança
Dirigir com farol desregulado, atrapalhando outros condutores
Dirigir o veículo sem equipamentos obrigatórios ou com defeito, segundo o CONTRAM (Código de Trânsito Brasileiro)
Deixar de providenciar a baixa do registro de veículo irrecuperável ou desmontado.
Média
Portar no veículo placas diferentes das normas do CONTRAM
Cerca de R$ 85,13 + 4 pontos
Não realizar o registro de transferência do veículo por 30 dias
Estacionar em locais não permitidos ou que atrapalhe outros veículos
Veículos com lotação excedente ou fazer transporte pago sem permissão
Passar intencionalmente com o veículo sobre poças de água a fim de atingir pedestres
Veículo com excesso de peso
Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, exceto em emergências
Leves
Buzinar por tempo prolongado e repetidamente entre 22h e 6h
Cerca de R$ 53,20 + 3 pontos
Transitar em outra faixa reservada para certo tipo de veículo, exceto em caso de acesso ou conversões
Estacionar afastado do meio-fio de 0,5 a 1 metro. Distâncias maiores serão consideradas Multas Médias



*Algumas infrações podem ter seus valores multiplicados por 3 ou 5 vezes.

Fonte:
DETRAN: (http://detran.sp.gov.br/)




Introdução à pesquisa técnica

Gostaríamos de anunciar que nas próximas postagens, iremos abordar, de maneira mais precisa, incluindo pesquisas, questões relativas a maneiras de melhorar o trânsito, formas de “punição” a infratores e se esses pontos vêm sendo aplicados de maneira correta, opinião das pessoas e eficácia desses métodos.

                Todos estão convidados para que acompanhem e fiquem ligados nas seções Multas, Rodízio e Transporte público. Grandes novidades estão por vir! 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Rotatória

Olá caro colaborador, gostaria de dividir com vocês essa questão:




O local:

A imagem ao lado, é uma foto aérea da Praça dos Bombeiros, em São Bernardo do Campo, no bairro de Santa Terezinha. Como vocês podem observar, a essa rotatória são ligada quatro avenidas: Av. Tiradentes (canto inferior direito da imagem e que continua sua outra parte no canto superior esquerdo), a Av. Rotary, no canto inferior esquerdo e a Av. Luiz Pequini, no canto superior direito da foto.
Não sei se pela foto é possível enxergar, mas existem algumas setas indicando os sentidos onde entram e saem carros nessas avenidas. Caso não consiga enxergar, nessas avenidas, todas as quatro entram e saem veículos, e essas mãos são separadas por uma espécie de canteiro. Até aí tudo bem, nada de anormal.


O fato: 

Durante 18 anos, eu e por 20 anos, meus pais, passavam por ali quase todo dia. Eram raros os dias que ninguém lá de casa, passasse por essa rotatória, nos mais diversos horários. No início desses anos, o fluxo de carro na região não era elevado, pelo menos comparado com tempos mais recentes. Prédios e mais prédios surgiram, casas, recentemente um shopping e futuramente, caso ocorra tudo certo, uma supermercado.
Imaginem a diferença no fluxo de carros a cerca de 15 anos atrás com agora e com o que ainda pode vir.
Pelo menos para mim, algo que é surpreendente é que até hoje não existe semáforo controlando o fluxo. Quem não conhece o local, não imagina a loucura que é tentar sair de uma avenida e passar pela rotatória para entrar em outra, ainda mais nos chamados horários de pico. Posso dizer que era um Deus nos acuda.

A importância da cognição social:

Nesse contexto, acredito que a cognição social adquire grande importância, já que como a própria definição do termo pressupõe, as pessoas devem utilizar suas experiências de mundo para se adaptar, se adequar e conseguir compreender as mais diversas condições como, por exemplo o caos que era e ainda é dirigir por essa rotatória.
Acredito que, de um modo geral todos os aqueles que enfrentam o trânsito, estão acostumados e convivem diariamente com regiões e situações como essa, portanto, a forma como cada um posiciona seu mundo social em relação a esses acontecimentos faz com que eles se tornem irrelevantes e comuns. Algo que não deveria ser.


Nada que está ruim não pode piorar:

Quando quebrava um carro, como aconteceu comigo e meus pais na saída da Av.. Tiradentes, é que a coisa complicava de vez. Isso quando não congestionava outros pontos das avenidas em si, refletindo na amada Praça dos Bombeiros. Ou para entrar em uma avenida, onde só existia uma faixa, ao invés de certos motoristas seguirem em fila, não, um queria se enfiar na sua frente e logo, todos também queriam, gerando filas duplas, triplas e assim por diante. Certos dias a coisa era caótica.
Segundo as normas de trânsito, no caso de rotatórias, aqueles que já estão em circulação na mesma, tem a preferência, ao menos que alguma sinalização indique o contrário. Sem contar que passavam pedestres nas saídas de cada avenida, que podiam dificultar a entrada e saída de veículos das mesmas, apesar de terem a possibilidade de atravessarem apenas quando o fluxo de veículos está na própria rotatória, e não para entrar na mesma, bastando apenas usarem um pouco de raciocínio e saberem a hora correta de atravessar sem atrapalhar os motoristas.
Talvez mais surpreendente ainda, é o baixo número de acidentes no local. Dificilmente você escutava casos de colisão ou atropelamento.
Não sei se existem casos iguais ou parecidos por aí (mas a probabilidade de existir é alta), mas o que falta para os responsáveis pelo controle do trânsito começarem a agir e evitar que um dia mais algum acidente, talvez mais grave, aconteça ?

Qual a melhor forma de melhorarmos nosso trânsito?

Gostariamos de dedicar este post apenas para perguntar a vocês: O que é melhor para reduzirmos os números de acidentes e infrações no trânsito?
Novas leis? O que deveria ser acrescentado, retirado ou alterado?
Melhores sinalizações?
Ensinar aos motoristas a terem uma conduta adequada no trânsito? Quais condutas?
Nada disso acima mencionado?
Está tudo bem do jeito que se encontra?
Enfim, gostaríamos que você deixasse nos comentários abaixo sua opinião sobre os problemas de transito da sua cidade e quais medidas poderiam ser tomadas para resolve-los.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Reflexão: Por que o Brasil sofre tanto com a violência no trânsito?

O fato:

Bom dia pessoal, hoje apenas gostaria de relatar um fato que presenciei ontem quando estava no trajeto de volta para minha casa que me levou a pensar sobre muita coisa, principalmente sobre a questão da insegurança e vulnerabilidade de todos no transito, apesar de muitos pensarem que estão “seguros” dentro de seus carros.

Condição de um dos veículos envolvidos
Bom vamos ao fato, estava no caminho que sempre faço quando volto da faculdade quando me deparei com um acidente entre dois carros, não fosse a gravidade do acidente, este seria mais um fato corriqueiro no cotidiano de muitos, que nem sequer “perderiam” um minuto de seus dias para pensar sobre o que pode ter levado à esse acontecimento.

Para pensar:

No entanto, em meio ao nervosismo dos envolvidos e daqueles que presenciaram o acidente comecei a pensar sobre os possíveis fatores responsáveis por gerar essa gigantesca quantidade de acidentes que ocorrem diariamente no Brasil, apenas como curiosidade, segundo a Organização Mundial da Saúde o Brasil é quinto país com mais mortes no transito em todo o mundo.

Segundo estudos, cerca de 90% dos acidentes ocorrem por imprudência dos condutores, no entanto, eu acredito que exista muito mais por traz desses números. Será que se tivéssemos sinalização eficiente, ruas e calçadas bem pavimentadas e conservadas ou engenharia de transito bem planejada o número de acidentes seria tão grande quanto é atualmente? Será mesmo que toda a culpa dos acidentes é dos motoristas? Quais são os fatores que realmente são os principais responsáveis por essa realidade brasileira?

A realidade brasileira:

Segundo dados do ministério da saúde, o transito brasileiro mata tanto quanto doenças como o câncer de pulmão por exemplo. Essa realidade foi tratada em outro post desse blog onde existem os dados mais precisos sobre essa questão para que todos tenham a real dimensão do problema pelo qual estamos passando.

Vale a reflexão:

Na minha opinião essa questão pode ser bem analisada se observarmos o conceito de Daniel Goleman, que afirma que o conhecimento pessoal é o primeiro passo para se entender o conhecimento social, nesse contexto, acredito que primeiramente os condutores deveriam ter conhecimento dos seus limites, limites da via, de seu veículo e o principalmente os limites impostos nas leis de transito, pois se cada um fizesse sua parte (governo e cidadãos) qualquer tipo de acidente seria bem menos frequente do que são atualmente.


E para vocês, qual é a sua opinião sobre os reais fatores que tornam o Brasil um pais com transito tão violento?

Fontes:
http://www.paho.org/bra/
Goleman, Daniel - Inteligencia social: o poder oculto das relações humanas
Editora: Campus - RJ Inativar