Esse
canal de comunicação não poderia passar isento por um fato que ocorreu essa
semana, a greve dos motoristas e cobradores de SP. A expressão “caiu como uma
luva” poderia ser utilizada por nós, se não fosse tão trágica para a
maioria da população. A interrupção, de modo voluntário, determinada pelo
trabalhador, para reivindicar direitos, protestar contra ameaças ou situações
desvantajosas em que são infligidos os direitos trabalhistas estão previstos
nas leis trabalhistas e na constituição vigente.
Mas justo hoje?
Mas ninguém espera que
isso vá acontecer as 6 da manhã, justo naquele primeiro dia de trabalho ou no
dia da sua consulta médica marcada há 3 meses, não é mesmo? Bem, é aí que entra
um conceito estudado na disciplina de Informação e Sociedade. Estamos
acostumados com a nossa rotina monótona, corriqueira: acordar, arrumar-se, e
tomar o ônibus no mesmo local naquele horário pré-determinado todos os dias,
mas e quando o ônibus não passa no bendito horário e os ponteiros do relógio
parecem passar mais depressa? Ah! A nossa cognição pira! Tirar o cérebro da
zona de conforto e ter que exercitá-lo para assimilar novas alternativas, é um
desafio e tanto.
Em síntese o fator
'cognição social' age no modo como nos posicionamos no nosso mundo social
enquanto protagonistas e coadjuvantes, bem como da forma como interpretamos o
nosso comportamento e o dos outros, do modo como agimos na sociedade, formando
e mudando atitudes e comportamentos.
Os passos
A primeira parte da cognição social que atua no cidadão é a
'IMPRESSÃO', nessa fase contatamos uma ideia, impressão, imagem do acontecido:
“O ônibus está atrasado, esses motoristas são uns irresponsáveis com o horário,
será que ele passará a tempo?”. Posteriormente, a “CATEGORIZAÇÃO”. Nessa etapa
começamos a organizar os pensamentos e concretizar os fatos para definirmos
nossas ações: “Bem, as coisas estavam instáveis. Talvez o ônibus não passe. Quais
são minhas alternativas para chegar no trabalho se não for de ônibus?”, e
existem três fatores que nos auxiliam nessa etapa sendo elas a motivação, a
atenção e as informações que possuímos. E por último a ATITUDE: “Bem, o ônibus
não vai passar, preciso fazer algo, vou chamar um táxi ou ligar avisando que
não vou”.
Ou seja, a primeira impressão, aquela que temos “automaticamente” em
que nosso cérebro preenche as lacunas sem esforço nem sempre são as corretas.
Deve-se as vezes parar e analisar os fatos para enquadrá-los na realidade em
que estão. Mas algo nesses fatos não se deve passar despercebido, o tráfego de
informação. O primeiro cidadão que logo cedo percebeu que não tinha a condução
habitual com um simples “publicar” do celular, transfere sua angustia para seus
seguidores. Esses, por sua vez, atentam-se e já compartilham a informação e o
famoso efeito cascata acontece e o efeito '‘mundo pequeno’' mostra a sua cara
com toda a sua intensidade. O fluxo de informações nas mídias atuais é
constante e quase que imediata, na maioria das vezes os telejornais soam
repetitivos, aliás, a informação noticiada já fora divulgada e compartilhada
horas antes por todos os seus telespectadores. É amigo, o mundo é pequeno e a
sociedade um caos.